Alberto da Silveira Ramos
Alberto da Silveira Ramos | |
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Nascimento | 22 de Fevereiro de 1912 Santa Maria de Belém, Lisboa, Portugal |
Morte | 17 de Outubro de 1983 Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | Portugal |
Alma mater | Universidade do Porto |
Alberto da Silveira Ramos (Lisboa, Santa Maria de Belém, 22 de Fevereiro de 1912 - Lisboa, 17 de Outubro de 1983) foi um engenheiro civil português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascimento e educação
[editar | editar código-fonte]Alberto da Silveira Ramos nasceu no interior do Palácio de Belém, em 22 de Fevereiro de 1912, sendo filho do general Indaleto Herculano e Silva Ramos, Ministro da Guerra, e de Maria Albertina Cristiano da Silveira.[1] O seu tio-avô era o general Alberto da Silveira.[1]
Fez o ensino secundário no Colégio Militar, e depois formou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.[1]
Carreira profissional
[editar | editar código-fonte]Esteve ao serviço da Junta Autónoma das Estradas, onde foi colocado em Faro.[1] Esteve cerca de treze anos no Algarve, tendo atingido a posição de director de estradas do Distrito de Faro.[1] Distinguiu-se por ter remodelado a rede rodoviária do Algarve, utilizando normalmente um sistema de subvenção directa, reduzindo os custos com terceiros e aumentando os salários dos cantoneiros.[1] Foi responsável pelo planeamento da estrada no interior da Fortaleza de Sagres, e pelo envolvimento da Avenida das Descobertas em Lagos.[1] Também foi responsável pela instalação de novas estradas, algumas delas inspiradas nos percursos das tropas estrangeiras durante a Primeira invasão francesa.[1] Em meados do século XX, ascendeu a director da Circunscrição de Estradas de Lisboa, sendo colocado em Santarém, onde permaneceu cerca de quinze anos.[1] Destacou-se naquela posição durante a construção da estrada entre Alpiarça e Chamusca, onde conseguiu realizar a obra, apesar do orçamento ser tão restrito que em condições normais apenas daria para metade do percurso.[1]
Além das suas funções na Junta Autónoma das Estradas, também fez várias obras na região do Algarve, algumas delas de forma gratuita, como a segunda fase do projecto de construção do Cemitério de São Estêvão em Tavira.[1] Também planeou o primeiro posto de abastecimento de gasolina em Lagos.[1] Surge nos boletins do Ministério das Obras Públicas da década de 1950 como um dos engenheiros empregados na planificação dos bairros e casas sociais,[2] tendo sido, por exemplo, o urbanista no Bairro Engenheiro Sá e Melo, em Tavira,[3] e o engenheiro técnico do Bairro de Casas para Famílias Pobres, em Loulé.[4] Também naquela cidade, foi um dos responsáveis pela construção do monumento a Duarte Pacheco.[5]
Esteve igualmente integrado na Mocidade Portuguesa, para a qual escreveu pelo menos dois livros, Cartas aos Filiados, publicado em 1942, e Campismo Educativo, lançado em 1945.[6]
Falecimento e família
[editar | editar código-fonte]Casou com María del Carmen Barceló, de origem Espanhola, com quem teve cinco filhos.[1]
Faleceu na cidade de Lisboa, em 17 de Outubro de 1983.[1]
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]- Cartas aos Filiados, Mocidade Portuguesa, 1942
- Campismo Educativo, Mocidade Portuguesa, 1945
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n MARREIROS, 2015:19-21
- ↑ FREIRE, Dulce; BORGES, Pedro Namorado (Dezembro de 2018). «O problema da habitação rural: Debates e políticas públicas durante o Estado Novo». Habitação: Cem anos de políticas públicas em Portugal 1918 - 2018 (PDF). Lisboa: Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. p. 141. ISBN 978-972-27-2711-2. Consultado em 1 de Dezembro de 2022
- ↑ «Bairro de Casas para Pescadores de Santa Luzia / Bairro Engenheiro Sá e Melo». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. 2014. Consultado em 2 de Novembro de 2018
- ↑ COSTA, Anouk; AGAREZ, Ricardo (2014) [2005]. «Bairro de Casas para Famílias Pobres em Loulé / Bairro Frederico Ulrich / Bairro Municipal». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 1 de Dezembro de 2022
- ↑ «Duarte Pacheco: As homenagens do país no decénio do seu falecimento» (PDF). Revista Municipal de Lisboa. Ano XIV (59). Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. p. 9. Consultado em 1 de Dezembro de 2022 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Monografias da Biblioteca do Arquivo Nacional da Torre do Tombo sobre a Mocidade Portuguesa» (PDF). Arquivo Nacional da Torre do Tombo. 2021. Consultado em 1 de Dezembro de 2022
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARREIROS, Glória (2015). Algarvios pelo coração, algarvios por nascimento. Lisboa: Edições Colibri. 432 páginas. ISBN 978-989-689-519-8